Eu e meu irmão ficávamos sequiosos para que chegasse o fim de semana e pudéssemos ir logo ao sítio... “O nosso novo mundo de descobertas, aventuras e ensinamentos.” Ensinamentos os quais nos seguiriam por toda a vida que, agora, apenas, iniciava.
Certa vez estávamos brincando debaixo de uma colossal jaqueira que jazia em uma das extremidades do sítio, onde havia um mini-campo de futebol projetado por meu tio, um modesto senhor com cinqüenta e poucos anos de idade, e um balanço de pau amarrado nas pontas por uma corda rústica e resistente, o qual naqueles momentos pertencia somente a mim. Exclusivamente a mim.
Entretanto, diferentemente de todos os outros finais de semana, em vez de correr diretamente para o “meu balanço”, parei na minha carreira, e fiquei olhando curiosamente, ao longe, o que meu tio estava fazendo com o imenso tronco daquela jaqueira. Ele arrancava como que umas cascas daquele tronco. Dominado pelo ímpeto, não consegui conter minha curiosidade e perguntei aquilo que me deu vontade:
- O que o senhor está fazendo tio Antônio? O senhor está destruindo a árvore? O que é isso que o senhor está arrancando?
Ele pacientemente respondeu:
- São cascas meu filho! São cascas que as plantas possuem e, que nos impedem de ver o que está por baixo...
Dizem que ao longo do tempo elas caem naturalmente e conseguimos ver enfim o tronco, porém, depois disso, muitas morrem com doenças curáveis que poderiam ter sido devidamente tratadas no processo inicial de contaminação, garantindo assim mais um tempo de vida a planta. Por conta disso, prefiro retirar logo as cascas e descobrir previamente alguma doença camuflada que possa me fazer perdê-la.
Autor: Richard Max Bento Venceslau
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