Crente no ônibus pregado
Minino perdido a chorá
Matuto abestado em oiá
Os prédio que vão se passano
Dois trambiquero na parada enganano
Ônibus lotado, só falta instorá
Motoqueiro a s’instabacá
Porque derrapô na lama
Isso é típico de paisage urbana
Cotidiano da capitá
Uns vinte mendigo
Na calçada pidindo ismola
Minino chêrando cola
Fazendo a cabeça pra robá
Beato no pé do altá
Basílica fazendo prece
A fila do INSS
Chêa de gente pra si consultá
Os carro a se ingarrafá
Moça nova fazendo programa
Isso é típico de paisage urbana
Cotidiano da capitá
Executivo de palitó
Com pasta preta na mão
Artista anônimo cum violão
Na praça pulbrica à tocá
Camelô a se instalá
Impidindo passage na calçada
Se tem de tudo e num se tem nada
Que o pobre num possa comprá
Mercadoria de todo lugá
Espaiada a preço de banana
Isso é típico de paisage urbana
Cotidiano da capitá
Casarão antigo engulido
Esprimido por construções modernas
Mulheres ‘’batendo pernas’’
A procura de mercadorias com preço acessível
Cartazes de propaganda, ‘’imperdível’’
Lixo com mangue a se misturá
Estudantes a protestar
Exigindo um poco de fama
Isso é típico de paisage urbana
Cotidiano da capitá
Contraste entre prédios e palafitas
Estradas a s`introncá
Favela por todo lugá
Minino sortando pipa
Casa no morro de ripa
Bota a lona pra barreira num disabá
Um bom exempro do capitá
Má distribuído nas metrópoles ufanas
Isso é típico de paisage urbana
Cotidiano da capitá
Um típico cotidiano
De população urbana
Que diferem entre o luxo e a lama
Como qualqué capitá,
Ocupação sem organizá,
A metrópole num dá conta da demanda
O brasí crescendo de forma mudana
Com um ‘’capitalirmo exemprá’’
Isso é típico de paisage urbana
Cotidiano da capitá.
Autor: DIOGO SANTOS. Aluno do 3º Ano Gris
Produção Poética com orientação da professora Nagaéte Almeida Tenório e do professor Cláudio Avelino da Costa.
Nobre Diogo.
ResponderExcluirSua poesia matuta retrata fielmente os nossos grandes centros urbanos no ponto de vista de um matuto vindo dos rincões sertanejos. As mazelas sociais concentradas nas nossas grandes cidades é isso mesmo, tem de um tudo, há personagens para qualquer palco. Sua sensibilidade poética eleva a qualidade da sua poesia que dá gosto de ler. Ela é divertida, verdadeira, real, cotidiana.
Mais divertido ainda é apreciar você declamá-la, é uma pérola.
Gostei muito do seu estilo, continue escrevendo, e, se possível, publicando em nosso blog. Abraços.
Parabéns Diogo.
ResponderExcluirSua poesia reflete o mundo tão próximo e tão distante de nós. Reverencio o nobre poeta com outros versos:
O que diria eu diante do que vejo e leio?
Um reflexo do mundo?
Um eco das vozes silenciosas
que vagueiam pelo consumismo?
As misérias refletidas?
Não sei! Sei não!
Mas me ponho a contemplação
e digo, isso é inquietação
que transforma e transborda
o poeta tradutor de entrelinhas
e a vida dos que vagueiam e despertam.